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Histórico da EsACosAAe

Publicado: Segunda, 04 de Abril de 2016, 17h24 | Última atualização em Segunda, 13 de Abril de 2020, 15h33 | Acessos: 9103

Em 1934, a Missão Militar Norte-Americana tinha início no Brasil, a fim de orientar o ensino na Escola Técnica do Exército e estudar os problemas da defesa da costa e habilitação de pessoal para guarnecer as fortalezas brasileiras. A Portaria Ministerial Nr 78, de 30 JAN 1934, criou o Centro de Instrução de Artilharia de Costa (CIAC) e regulou seu funcionamento e ocupação na Fortaleza de São João. O Centro foi inaugurado em 09 JUL, data que é comemorada como a do aniversário da Escola. Sua importância fez com que fosse concedida verba para construção de uma sede própria na mesma Fortaleza, onde funciona hoje a Escola Superior de Guerra. Os cursos para oficiais foram definidos como de especialização. Os cursos para graduados eram de formação, especialização e aperfeiçoamento.

 

 

Concomitantemente a esses acontecimentos, em 1936, foram baixadas instruções para o funcionamento do Curso de Defesa Antiaérea (DA Ae), na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos. Em 1938, porém, o Ministro da Guerra expediu o aviso Nr 28, de 11 ABR, determinando que o curso não funcionasse naquele ano, e autorizava a organização provisória de um Núcleo de Bateria de Metralhadoras Antiaéreas (Nu Bia Mtr AAe). Estabelecia, ainda, que esse núcleo serviria para a organização do futuro Centro de Instrução de Defesa Antiaérea (CIDAAe), permanecendo instalado na Escola de Aviação.

 

 

Em 1937/38, o Brasil comprou, na fábrica alemã KRUPP, 28 canhões antiaéreos (Can AAe) 88 mm, modelo 18, C/56, que chegaram em 1940, tendo sido os primeiros canhões entregues ao Grupamento-Escola de Defesa Contra Aeronaves (GEDCA), com destino para o 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (I/1º RAAAe). A direção de tiro era propiciada pelo preditor WIKOG 9 SH e os aparelhos de escuta ELASCOPE-ORTOGNOMO, que possibilitavam a localização dos alvos aéreos antes mesmo que fossem vistos, sendo empregados principalmente à noite, em conjunto com os projetores SPERRY.

No ano de 1939, em 30 JAN, o Sr Ministro da Guerra, General Gaspar Dutra, em nome do Sr Presidente da República, Getúlio Vargas, pela Portaria Nr 33, criou o CIDAAe. Pelo Aviso Nr 139, de 04 MAR, foi determinado que o pessoal e o material do extinto Nu Bia Mtr AAe deveriam ser transferidos para o GEDCA. Em 25 MAIO, o Aviso Nr 215 declarou que o GEDCA ficaria subordinado àquele Centro. Com a aprovação do Regulamento do CIDAAe, por meio da Portaria Nr 967, de 27 MAIO, tiveram início suas atividades escolares.

Com a extinção do GEDCA em MAIO 1941, os seus integrantes e Can AAe 88 mm foram incorporados ao I/1º RAAAe. Ainda naquele ano, foi criado o Destacamento de Operações Antiaéreas (Dst Op AAe), Subunidade orgânica do I/1º RAAAe, que prestava apoio direto ao CIDAAe, que, em 1943, ocupou dois pavilhões do 1º lance do quartel da Colina Longa, onde estava sediado o I/1º RAAAe. Em 1947, o Brasil adquiriu os Can AAe calibre 40 mm C/60, fabricados pela BOFORS, sueca, e o CIDAAe passou a preparar o pessoal que iria operar esse material. Em 27 AGO 1955, o CIDAAe recebe a denominação de Escola de Defesa Antiaérea (EsDAAe), tendo em vista a corrida armamentista pós-guerra e o grande impulso doutrinário recebido. Nos anos de 1950, o Exército Brasileiro (EB) adquiriu o material de AAAe 90 mm, americano, com preditor eletrônico e radar de tiro. O material moderno exigiu um preparo apurado por parte dos alunos, com maior conhecimento de eletricidade e eletrônica. Era o início do ensino de Eletrônica na EsDAAe.

 

Em relação à Artilharia de Costa, o avanço tecnológico e os novos métodos de tiro impuseram a criação de novos cursos, além daqueles já ministrados. O CIAC passou a ministrar cursos de especialização de graduados para operarem nos telêmetros, no levantamento de alvos, e para elaboração de boletins meteorológicos.

Em 03 NOV 1939, pelo Decreto Ministerial Nr 1735, o CIAC passou a se chamar Escola de Artilharia de Costa (EAC), onde, no período de 1942 a AGO 1944, foi realizado o Curso de Emergência de Oficiais de Artilharia de 1ª linha, a fim de preparar artilheiros para a Segunda Guerra Mundial. O estudo da Artilharia de Costa (ACos) manteve a tradição da EAC, com destaque para os Can 152.4 VICKERS ARMSTRONG, ingleses, fabricados entre 1917 e 1919, doados ao Brasil pelos EUA, em 1940. Também ocorreram cursos de especialização para operação de telêmetro para levantamento de alvos e para elaboração de boletins meteorológicos.

 

 

Seguindo a Doutrina Norte-Americana da época e devido à importância das especialidades de Artilheiro de Costa e Antiaéreo, o EB criou, por meio do Decreto Nr 57.490, de 27 DEZ 1965, a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe), berço da Artilharia de Costa e da Defesa Antiaérea, pela fusão da EAC com a EsDAAe. Pela Portaria Ministerial Nr 136/68, de 28 MAR 1966, foi regulada a organização e a transferência do pessoal e do material da EAC e da EsDAAe para a nova Escola, situada no mesmo endereço da antiga EsDAAe. Seu primeiro Comandante, o Cel Art QEMA DARCY TAVARES DE CARVALHO LIMA, ciente da compreensão histórica da Artilharia e de suas tendências para o futuro, iniciou a trilha da dupla especialização dos Artilheiros.

 

 

O estudo da Art Costa manteve a tradição da EAC no estudo dos materiais e da técnica de tiro, com destaque para a Câmara de Tiro, os canhões fixos das diversas fortalezas existentes e os Can 152.4 VICKERS ARMSTRONG, dos Grupos de Artilharia de Costa Motorizada (GACosM), até a utilização do Sistema de Saturação de Área ASTROS II, de produção nacional.

 

Com relação à AAAe, a evolução dos equipamentos impôs diversas transformações na EsACosAAe. Na década de 1970, chegou o "DRONE" KD2R-5, aeronave remotamente pilotada a partir de uma estação de terra, ou operado por radar, fabricado pela NORTHROP (EUA). Foi criada, na EsACosAAe, uma seção de alvos aéreos teleguiados, para operação e manutenção. Em 28 JUN 1972, teve início o Estágio de Mísseis (Msl) para Oficiais, sendo utilizado o Msl COBRA. Ainda nos anos 70, a EsACosAAe enviou à França e à Alemanha uma equipe para capacitação no sistema de Msl ROLAND, recebido a partir de 29 AGO 1977, visando à absorção de tecnologia. Em 1978, o EB adquiriu o Can 35 mm OERLIKON CONTRAVES e o CDT SUPERFLEDERMAUS, o que exigiu a construção dos pavilhões da atual Seção de Sistema de Armas (Seç Ens B). Em 1986, destaca-se o recebimento do Sistema Can 40 mm C/70 FILABOFORS, com instruções no mesmo pavilhão.

 

Aprovada pela Portaria Nr 03-SGEx, de ABR 1990, a Canção da Escola foi composta pelo Cel NELSON ROBERTO BIANCO e pelo 2º Sgt Mus EUGÊNIO JOSÉ BERNARDINO, em 12 JUN 1989. Em JAN 1995, a EsACosAAe recebeu o sistema Msl AAe Bx Altu Ptt IGLA 9k38 e criou o Estágio de Operação e Emprego do Msl IGLA, para habilitação das guarnições do material.

         

 

Ainda em 1995, iniciou-se na EsACosAAe o ensino com o Sistema ASTROS II, de produção nacional, que permitiu a evolução da doutrina de emprego na Defesa do Litoral. Os Grupos e Baterias de Artilharia de Costa Motorizada foram mobiliados com o Sistema ASTROS, aumentando o poder de fogo e permitindo a evolução do emprego contra o Desembarque Anfíbio. Com o ASTROS II, foi encerrada, em 1998, a instrução com o Can 152.4 VICKERS ARMSTRONG, devido à sua desativação no EB.



Em AGO 1997, foi inaugurada a sala do ACERVO CULTURAL E HISTÓRICO GENERAL SAMUEL, e, em homenagem ao Cel BIANCO, falecido em 2003, autor da Canção da Escola e seu eterno Comandante, em 09 JUL 2003, ocorreu a inauguração do ACERVO A CÉU ABERTO “Cel BIANCO”. Por meio da Portaria Nr 170, do Cmt EB, de 1º ABR 2008, ocorreu a criação do Espaço Cultural “Sala de Exposição General Samuel de Tarso Teixeira Primo”, tornando oficial o Espaço Cultural da Escola.

 

Em 2005, devido à Reestruturação dos meios de apoio de fogo, com a centralização de todos os equipamentos do Sistema ASTROS II no 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes (6º GLMF), em Formosa-GO, os Grupos e Baterias de Artilharia de Costa Motorizada foram desativados, por meio das Portarias nº 092-EME e 093-EME, de 20 JUL 2005. Apesar dessa desativação das OM Operacionais, o estudo da doutrina de emprego de meios de Apoio de Fogo na Defesa do Litoral permanece, até os dias de hoje, com a EsACosAAe, em coordenação com o Comando da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército.

Em 2007, a EsACosAAe passou a contribuir com o projeto do Radar SABER M60, escriturando o manual do Radar (Rdr), desenvolvido pelo Centro Tecnológico do Exército e pela empresa ORBISAT. O Rdr foi concebido para fornecer o alerta antecipado para o Msl IGLA, que dependia da visão do atirador para localização e reconhecimento dos alvos. Em OUT 2011, a EsACosAAe recebeu o Rdr. Ainda em 2010, o EB adquiriu o sistema de Msl russo IGLA S, a plataforma DJIGIT, que permite o disparo de dois Msl contra um alvo; o dispositivo de visão noturna MOWGLI e um simulador novo. A EsACosAAe recebeu esses materiais, teve seus instrutores treinados pela equipe russa e traduziu os manuais para a língua portuguesa.

 

Em 2011/12, a EsACosAAe passou a colaborar com o Programa Estratégico do Exército “Defesa Antiaérea” (PgEE DA Ae), cujo principal objetivo é recuperar e obter a capacidade de DA Ae de baixa e média alturas, respectivamente, modernizando as OM que compõem a DA Ae F Ter, visando a transformar a AAAe na defesa das Infraestruturas críticas do País, habilitá-la a atuar em grandes eventos e cumprir missões previstas nas hipóteses de emprego. Nesse período, a EsACosAAe assessorou o Escritório de Projetos do Exército (EPEx) quanto ao Programa e aos Produtos de Defesa (PRODE). A participação de seus instrutores, apoiando o PgEE DA Ae, renderam frutos com o recebimento de novos materiais.

Em 2013, recebeu o Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico (COAAe Elt), equipamento de desenvolvimento e fabricação inteiramente nacionais, que completou, com o Rdr SABER M60, recebido em 2012, o subsistema de controle e alerta nível Seção AAAe. Recebeu, ainda, um conjunto de simuladores e as duas primeiras Viaturas Blindadas de Combate (VBC) AAe do Sistema GEPARD M1 A2, de origem alemã, para instrução do material, que mobiliou as Bia AAAe orgânicas das Brigadas Blindadas do EB. O primeiro Estágio de Operação da VBC GEPARD ocorreu em 2014.

 

Dando prosseguimento ao processo de transformação do EB, a EsACosAAe recebeu, também em 2014, o Míssil Antiaéreo Telecomandado (Msl AAe Tcmdo) RBS 70, produzido pela empresa sueca SAAB Dynamics. O recebimento dos materiais AAe, frutos do PgEE DA Ae, colocaram a EsACosAAe na vanguarda tecnológica e reforçou o trinômio Ensino, Doutrina e Tecnologia /Pesquisa, que são os pilares da Escola. No ano de 2016, iniciaram as obras de adaptação da EsACosAAe aos PRODE recebidos do Pg, incluindo as obras de transferência do almoxarifado da Escola para o pavilhão do Corpo de Alunos. Em 2019, ocorreram reformas e adequações nas Seções de Ensino e transformação do CEBTI em Centro de Simulação.

   

 

Mantendo a tradição de estar à frente do seu tempo, atenta às novas ameaças e oportunidades, e comprometida com a evolução tecnológica da Artilharia Antiaérea e do Apoio de Fogo na Defesa do Litoral, a EsACosAAe sempre labutou na nobre missão de especializar militares do EB, da Marinha do Brasil, da Força Aérea Brasileira e de Nações Amigas, bem como vem aprimorando a doutrina de DA Ae das Forças Armadas Brasileiras e desenvolvendo uma doutrina de defesa do extenso litoral brasileiro, a fim de consagrar-se como centro de excelência de ensino e de doutrina do Exército.

 

 

BERÇO DA ARTILHARIA DE COSTA E DA DEFESA ANTIAÉREA! AQUI SE FORMA O ARTILHEIRO DO PRIMEIRO MINUTO!

SEMPER PRIMUS! O SOL É O CZA!

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